Escrevendo a Head, Shoulders, Knees and Toes que vou postar amanhã, várias questões me vieram à cabeça e se eu fosse escrevê-las no post ele iria ficar gigante (jura, André?). Pra muitos da minha geração (tenho 30) e os um pouco mais velhos, música feita em computadores ainda é palavrão.
Não sou nenhum expert em música eletrônica (rótulo banal, porém auto-explicativo). Me confundo muito com o que é tech-house, minimal e simplesmente techno. Quando acho que estou aprendendo, meu amigo tech-head Lallo me aparece com nomes como: microhouse, fidget, wonky techno etc. Então, desisti. Saio, danço e é isso aí.
Porém, ao fazer uma pesquisa pra escrever esse post, descobri que sou um conhecedor avançadinho de Proto-Techno (os nomes ficam cada vez melhores). Coincidentemente os entrevistados de amanhã citam esse tal de Proto-Techno como uma das definições do seu som. Mas isso fica só pra amanhã.
O que eu pretendo com esse post é um questionamento sobre a relevância da música eletrônica como forma de arte e por mais imbecil que isso soe, como música mesmo.
Quem conhece o Ableton, o Reason ou até mesmo o Fruity Loops sabe que qualquer um com o mínimo de senso musical pode fazer música eletrônica. Quantos "truqueiros" eu não ouço por aí todo dia, essas músicas da 97FM e esses remixes de qualidade bem duvidosa que pipocam pela rede.
Como tudo tem seu outro lado, existem os gênios, os talentosos e os inovadores.
Vou começar pela pioneira master: Delia Derbyshire.
Se puder, assista ao programa The Alchemists of Sound em todas as suas partes. Postei a 2a porque é onde a Delia aparece "criando" uma música. Ela fez a trilha da série de ficção científica Dr Who no distante ano de 1963 e essa faixa é considerada por muitos a primeira música eletrônica já feita.
Tenho que citar o Orbital também. Na minha opinião eles foram os pioneiros em aproximar o techno de pista pra uma música mais pop sem perder a qualidade, antes mesmo dos Chemical Brothers (que ficaram bem mais famosos). Se você ouvir Chime e não se emocionar, pare de ler esse post agora.
Eles ainda podem ser considerados os pioneiros dos mash-ups, tocavam a intro de You Give Love a Bad Name do Bon Jovi em uma das suas músicas ao vivo (não lembro qual, alguém sabe?). E mais, eram GIGANTES nas apresentações. Assisti a uns 3 ou 4 shows deles e estão fácil no meu Top 10 de shows da vida.
Atualmente, a divisão do que é só eletrônico ou só rock está praticamente impossível de ser feita. M83, Ladytron, LCD Soundsystem, Cut Copy e mais uma lista infindável, nos escancaram que essa divisão acabou há tempos. Tenho dificuldade hoje em dia de saber se o que eu julgo ser uma guitarra com efeitos, não é na verdade um synth bem feito. E no fim das contas, quem se importa?
Tudo se fundiu e tudo se completou. E, WOW, isso é o máximo.
Se você ainda duvida que música eletrônica é arte e música de verdade: Desista! O objeto da sua dúvida nem existe mais.
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