sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Head, Shoulders, Knees and Toes # 10 - WE HAVE BAND (Português)


O Jovem e Revolucionário Kevin Bacon



A primeira vez que eu ouvi falar sobre a Teoria dos Seis Graus de Separação (mais conhecida como Six Steps to Kevin Bacon - aprenda aqui e teste aqui), eu achei que fosse uma grande bobagem.

Bem, não é. Todos nós estamos ligados mesmo e eu tive a chance de provar que ela é verdadeira semana passada.

Explicando do início: decidi começar esse blog pra divulgar bandas de amigos, já que eu tinha percebido que havia um monte de ótimas bandas independentes por aí.
E no processo todo, claro, eu divulgaria minha própria banda também.

No dia que eu abri o blog, eu tinha acabado de ouvir um cover do Pet Shop Boys feito por uma banda chamada We Have Band.



We Have Band Também



Já que a proposta do blog era divulgar bandas e, já que eu faço parte de uma também, achei o nome ideal.

Pior de tudo que o nome está meio errado. Acho que o mais correto seria We Have A Band, mas acho que a tosquice do nome ajuda no espírito DIY. Feito!

Depois que eu posto as entrevistas eu publico o link tanto no perfil do DDR no Facebook e no Twitter.

Por acaso semana passada, uma amiga alemã (You ROCK, Sabine) percebeu esse link pela primeira vez, deu uma olhada no blog e me mandou a seguinte mensagem:

"Wow! Eu nem sabia que você tinha um blog. Falando nisso, eu tenho um amigo que toca numa banda com o mesmo nome. Dá uma olhada neles: Myspace"

Santo Kevin Bacon !!!

O Darren Bancroft entrou em contato comigo e topou responder às perguntas da entrevista abaixo. Como coincidências não acontecem por acaso, eles são a 10a banda a ser entrevista.



O Make-Up Artist Teve Trabalho


Nem precisa falar que eu fiquei feliz pra caramba com isso tudo.

We Have Band entrevista We Have Band. Foda, não?

Honestamente, eu acho eles uma das bandas mais respeitáveis e promissoras por aí.

Lançaram o criativo e inovador (bem, eu achei) vídeo pro ótimo segundo single, chamado "You Came Out" ("West End Girls" é o b-side) em Junho e atualmente estão em turnê pela Europa e se preparando pro lançamento do We Have Band EP nos EUA em 15 de Setembro.


"You Came Out" - Breakthrough or Not Breakthrough?


O primeiro single deles, "Oh!", é grudento e viciante.
Na primeira ouvida, a letra parece boba e sem sentido, mas na medida que a música vai tocando, você percebe a perfeição que a letra se encaixa na melodia "torta". Genial.



"Oh!" - We Always Said We Wanted!!!



A música deles parece tão simples e básica, mas Thomas WP (vocais, guitarra, baixo e programação eletrônica), Dede WP (vocais, percussão, sampler) e Darren Bancroft (vocais, bateria, percussão e sampler), sabem muito bem o que estão fazendo. Dá pra notar de cara que eles têm um background musical pra fazer o som que fazem (#ficaadica @LaRoux).

A cover de "West End Girls" por exemplo.
Na minha opinião, é um dos singles mais fraquinhos do Pet Shop Boys, e só pra deixar claro que eu acho eles foda.
Enfim, o We Have Band decidiu fazer o cover de uma maneira inovadora e ao mesmo tempo, bem arriscada.

Não mudaram nada na melodia, ao invés disso, acrescentaram e modificaram os timbres dos synths e conseguiram transformar uma música brega dos anos 80 numa faixa synthpop que soa atual e moderna.



Darren, Dede e Thomas


Poucas bandas conseguem isso. Agora só lembro do Ladytron com a cover de "Open Your Heart" do Human League como exemplo de cover bem feita e legal. Parabéns!

Bem, leia a entrevista, ouça as músicas no Myspace e veja os vídeos super cool.

Só posso dizer que estou orgulhoso de ter um blog com o mesmo nome da banda e falando nisso, caso eles queiram a URL pra eles, passo na hora.

Traduzi a entrevista da maneira mais direta e informal possível e se alguém quiser dar pitaco e sugestão pra melhorar, é só mandar.

Senhoras e senhores, a primeira entrevista internacional deste blog,We Have Band:


Head - Como é o processo de criação do We Have Band?

We Have Band - Bagunçado porém democrático. Na verdade, a gente nunca tem uma idéia fechada das músicas quando a gente começa. Thomas controla o computador e ele geralmente começa com uma batida, um baixo ou um riff de guitarra e a gente mostra nossas idéias uns pros outros e começamos a construir as músicas assim. Gravamos na maioria das vezes em casa então estamos acostumados a ter a liberdade de executar as idéias quando a gente quer. A regra é que todas as idéias vão ser testadas mas se a gente achar que não está funcionando, descartamos bem rápido. Nós três meio que temos um bom feeling pra saber o que está e o que não está funcionando, meio que sem saber como explicar. Mas quando uma música começa a fazer a gente se mexer de verdade, ou levantar e dançar, a gente sabe que tá boa. Nós escrevemos as letras e e as melodias pra gente mesmo e pra cada membro da banda, então isso acaba sendo a camada final. Isso é algo que a gente adora, não ter um sistema rígido onde cada um de nós só canta o que compôs, flui muito melhor do jeito que a gente faz e é muito mais divertido pra gente e esperamos pra quem ouve também. Basicamente, é o caos organizado.


Shoulder - Quais seus artistas favoritos e como eles influenciam na música de vocês?

We Have Band - Nós gostamos de muitos artistas diferentes. Em termos de influência, a gente tende a ir um pouco pro passado. É legal ouvir músicas novas por prazer. Mas não é muito saudável olhar pros lados pra ver o que as bandas ao seu redor estão fazendo e deixar isso afetar o que você está criando. Música nova é mais uma influência pelo lado social da coisa, saber que existem pessoas que como você, estão se esforçando tanto quanto você, é comfortante. É como fazer parte de uma faculdade de música global ou algo assim. Adoramos ESG, DFA, Michael Jackson, Radiohead, Bjork, Elbow, Doves, Kate Bush. São tantos nomes pra citar. Pessoas que conseguiram criar seu espaço musical diferenciado são os que mais nos influenciam. Na verdade, não é no sentido de querer soar como eles, é mais no sentido de sermos tão corajosos como eles, ou tão singulares como eles e por aí vai.


Knees - Como vocês divulgam o trabalho da banda no início?

We Have Band - Na internet e fazendo shows era tudo o que a gente fazia no começo da banda. E pra ser honesto, é o que a gente faz até agora. Não temos uma grande estrutura de marketing atrás de nós e no momento estamos sem gravadora, então a gente faz um monte de shows e conversamos como pessoas como você (EU!) online. É incrível o quão longe você pode chegar divulgando desse jeito. Estávamos em Moscou essa semana e tocamos pra uma das platéia mais insanas da nossa história. Eles gritavam, cantavam junto, crowd surfing, basicamente indo a loucura e você pensa: "Como é que eles sabem sobre nós?". Mas a gente já tinha tocado lá antes e conversado com alguns blogs e sites russos e os DJs começaram a tocar nossas músicas nos clubes, e foi assim, é assim que funciona. É bastante inspirador. A gente deve muito do que conseguimos pros blogueiros, DJs e pra todos os fãs apaixonados por música que estão sempre procurando coisas novas.


Toes - Qual a melhor e a pior parte de se ter uma banda?

We Have Band - Acho que provavelmente o melhor é ter a chance de viajar pra tantos lugares incríveis. E conhecer tanta gente interessante. Fãs de música são pessoas bastante especiais, então todo lugar que a gente vai, conseguimos de cara conhecer as pessoas mais dinâmicas e aventureiras, isso é um prazer de verdade. E geralmente, tem um promoter que é da cidade e nos não caímos nas armadilhas pra turistas. O pior é provavelmente o contrário, quando você tem que correr de um lugar pro outro e não vê nada além do aeroporto, o carro que você anda, o lugar que você toca e o aeroporto de novo! Apesar que somos bons em arrumar tempo pra dar uma volta e geralmente ficamos nos lugares um pouquinho mais se a gente consegue.


Bonus Round - Hot Chip ou Elliot Smith?

We Have Band - Poxa, isso não é justo porque o Elliot não teve a chance de mostrar tudo o que ele poderia ter se tornado. Temos amor pelos dois!

Um comentário:

  1. Adorei o We Have Band, já tinha ouvido falar, mas não tinha dado tanta atenção, achei Oh bem grudenta! Delicia pra pista, seja animada ou aquecendo...

    A entrevista tá bem bacana, e só as influencias citadas já dizem muito de onde vem para onde seguir, parabéns!

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