Na próxima 5a-feira (25/03) será o lançamento do primeiro disco de Thiago Pethit no Sesc Vila Mariana aqui em São Paulo. Se você não sabe quem é o rapaz, vou tentar uma breve descrição: Thiago é um paulistano de 27 anos que gostaria de ter 17 mas sua alma na verdade tem ... hmmm, bem mais que 27.
Nada esclarecedor. Vamos tentar de novo, agora com algumas informações do release dele: "sua música tem elementos de indie-folk (arrepios) e MPB (calafrios)."
Ainda não deu pra entender, né?
Vou tentar explicar o que ele quer fazer então. Um artista solo que canta em português, francês e inglês tentando espaço num nicho basicamente dominado por cantoras, sempre chamadas de "a nova musa da MPB", com aquela voz viciada e que insistem em cantar forçando o S como cariocas mesmo não sendo de lá. Corajoso o moço.
Dono de uma bela voz, ele a usa sem exageros chatos, fugindo da armadilha que os mais talentosos sempre caem. Suas letras são quase crônicas e fluem perfeitamente com a música.
Não vou arriscar rotular o que ele faz, mas já imagino nomes hilários que vão criar pra descrevê-lo: trovador urbano do século XXI, minimalista da MPB e outras coisas do tipo.
Sabe a mini-revolução que The xx causou no rock ano passado? Acho que Thiago tem tudo pra ser o equivalente nacional.
No Myspace dele já estão disponíveis algumas faixas de "Berlim, Texas". Ouça "Não Se Vá" e "Mapa-Múndi" e já dá pra ter idéia de quão agradável será a audição do disco inteiro.
Vá ao show, compre e o disco e conheça mais um pouco sobre ele com a entrevista abaixo:
Head - Como é seu processo de criação?
Thiago Pethit - Confuso e sem método. Em geral, fico atento à minha vida, aos meus sentimentos, coisas do dia a dia que me tocam por alguma razão. Daí a isso virar música, preciso tirar algumas horas por semana e me dedicar a criação em cima desses elementos.
Shoulders - Quais seus artistas favoritos e como eles influenciam na sua música?
Thiago Pethit - São vários. É difícil falar de influências hoje em dia. Eu escuto de um tudo e tudo acaba me influenciando. Alguns são mais perceptíveis no meu trabalho, como Kurt Weill, Chris Garneau, Devendra Banhart, Lykke Li, canções antigas...mas eu adoro Lady Gaga, por exemplo. rs
Knees - Como você divulga seu trabalho?
Thiago Pethit - Myspace, sites de música, blogs, sms de celular...haha, deu pra mandar o link, eu mando.
Toes - Qual a melhor e a pior parte de ser um músico?
Thiago Pethit - A melhor é que eu levo a vida cantando. Pensar que isso é meu trabalho. A pior, é não levar a vida cantando. É ter que fazer muitas outras coisas e gastar muita energia (e muitas vezes, muito dinheiro sem retorno) com todo o trabalho solitário que precisa ser feito para estar no palco.
Bonus Round - Hot Chip ou Elliot Smith?
Thiago Pethit - Elliot Smith quando bebo café e Hot Chip quando bebo vodca e então, Elliot Smith para o café e depois Hot Chip quando bebo vodca...haha
